Vivências Pascais numa Paróquia “de Campanha”
Na Rua e no Call Center Amigo
Não será este também um “hospital de campanha”?
São muitas as notícias que nos deixam cada vez mais preocupados. É difícil encarar a realidade que se impôs e que nos rouba o sorriso ao ver o sofrimento de tantos….Mas, todos os dias, vemos raios de esperança em cada coração que se vai abrindo, dispondo-se a cuidar. Que belo este “hospital de campanha” que tem apenas as barreiras fixas impostas pela necessidade de nos continuarmos a proteger.
Tal como em qualquer hospital, cada um tem o seu papel fundamental… Mesmo em teletrabalho, uns procuram acolher, outros cuidam das famílias, outros asseguram as compras e o abastecimento de “material”, outros ainda garantem que nunca falte alimento… que nunca falte o pão. Nas ruas, os voluntários asseguram as compras e a entrega de medicação junto daqueles que, por alguma condição de risco, estão impossibilitados de sair. No “call center amigo” temos uma equipa incansável, sempre alerta, pronta a escutar e acompanhar todos os que estão mais sós.
Neste hospital, que conta com tantos voluntários de Espinho e de Anta, são calculadas todas as distâncias de segurança, mas deixa de existir a distância humana, a distância do coração.
Graças ao apoio de diversas instituições da nossa cidade e de muitos anónimos, temos a dispensa cheia e alimentamos 90 pessoas, diariamente.
Todos os dias este hospital volta a montar-se, guardando o sorriso ou retendo as palavras de quem está do outro lado, sem poder sair, porque também ele está a cuidar de tantos outros, sem poder tocar, sem nada para dar, mas ávido de amar e ser amado
Um hospital que não tem vontades, que não se gere por influências nem procura o próprio ganho, apenas a melhor forma para cuidar e fazer curar as feridas de quem por vezes tão silenciosamente pede ajuda.
Os tempos são difíceis mas o mais curioso, é que todos fomos contratados para este hospital! Ele nada nos exige, apenas nos convida a viver, cuidando de quem está ao nosso lado.