Nesta caminhada experimentamos a dualidade: a vontade de abandonar ou a fortaleza para continuar ( são 50 Km). O caminho mais fácil era o da desistência…mas todos chegaram …de formas diferentes, mas ninguém ficou para trás. A capacidade mental e a força interior superaram o desgaste físico

Foram doze horas de caminho sinuoso, a rezar no escuro, a ver as estrelas como nunca se veem na cidade … e a ver o amanhecer na montanha
Enfim é como a vida … partir , deparar com obstáculos, rezar, refletir , escolher caminhos e chegar … de formas diferentes ….mas chegar
E agora um testemunho…
E que tal um programa diferente para uma sexta-feira à noite? Na madrugada de 2 para 3 de Setembro decidimos embarcar numa aventura (ligeiramente) mais desafiante do que podíamos imaginar: Caminhar 50km na serra durante a noite, a caminho da felicidade com Macário.
Começámos pelas 21h em Vale de Cambra e seguimos caminho ao longo de 5 paragens para recuperar energias e refletir. Foi uma viagem pelas bem-aventuranças, com o exemplo de superação e entrega de Macário. Através do seu exemplo, ganhamos forças para seguir o caminho que parecia nunca mais acabar. A certa altura tudo doía e eu só pensava em como queria apenas respirar sem me doer o peito. Foi extremamente duro, mas o sentimento de chegar ao fim, de vencer as minhas próprias inseguranças, de me superar e de ver que sou capaz, é inigualável. Afinal de contas, como dizia Macário, “jamais comi, bebi ou dormi o suficiente para satisfazer a minha natureza”, e nós somos mais do que achamos que o nosso corpo dá, somos tudo aquilo que colocamos na nossa mente. Uma caminhada que só se faz com a ajuda uns dos outros, porque “sós nada somos e não só precisamos dos outros, como também os outros precisam de nós, mas, sobretudo, todos precisamos de Deus”. Um enorme obrigada a todos os que me arrastaram e me aturaram ao longo de 12 horas, porque não seria o mesmo sem cada um dos que o fez, tendo chegado até ao fim ou desistido na primeira etapa.

Chegando ao fim, a pergunta que não quer calar: “Se, pensando sobre o caminho que percorri e as dores que ultrapassei, tenho a certeza que não conseguiria fazê-lo, quem me ajudou?” Deus, decerto.
Mónica Alves