Um mês em confinamento |um outro olhar sobre as rotinas
Àquilo que seguimos todos os dias, de acordo com o nosso dia-a-dia, chamamos rotina. Algo que, tantas vezes, nos provoca ansiedade, não nos deixando à vontade. No entanto, vamos conseguindo moldá-la e renová-la, sem fazermos grandes esforços, numa tentativa de nos adaptarmos, da melhor forma possível.
Não deveríamos limitar a nossa rotina apenas ao que consideramos as nossas “obrigações” diárias. Nelas deveríamos incluir, também, parte daquilo de que mais gostamos e que nos faz sentir felizes. Por um lado, os últimos tempos de pandemia não têm ajudado essas nossas tentativas de inovar e diversificar o quotidiano. Mas, se virmos as coisas por outra perspetiva, é-nos possível constatar que organizar melhor o dia, mesmo confinados, nos tem permitido fazer muito do que sempre quisemos, mas dificilmente ou nunca conseguíamos, porque havia saídas para a escola, para o trabalho, encontros com amigos ou outros impedimentos.
Dedicar tempo aos estudos ou ao trabalho é, obviamente, muito importante. Mas aquilo que nos deixa animados e bem-dispostos é, igualmente, essencial para que consigamos prosseguir, melhorar e manter o bem-estar mental. Assim, aproveitarmos essas oportunidades e transformarmos essas “obrigações” em algo de que gostamos pode ser mesmo muito positivo.
Encaremos a renovação das nossas rotinas como um processo necessário. Mudanças drásticas na nossa vida acontecem, são, por vezes, difíceis e causam-nos desconforto. E é precisamente por isso que devemos colocar, também em primeiro lugar, a nossa felicidade, integrando, na rotina diária, momentos que nos preencham positivamente. Talvez consigamos, assim, equilibrar o cumprimento dos compromissos profissionais com o cumprimento dos que contribuam para a nossa felicidade e para a de tantos que nos rodeiam.
Francisca e Maria Gomes, março de 2021