Foi num belo domingo que nos foi anunciado que as nosssas igrejas passariam a estar encerradas. Foi como um soco no estõmago de todos aqueles que tinham a alegria de se reunirem em comunidade todos os domingos.

Finalmente, no dia 10 de maio, o nosso pároco autorizou que se reabrisse a igreja (duas horas por dia) com todos os cuidados necessarios, para que todos a pudessem visitar em segurança. Que alegria! quanta emoção se viu estampada no rosto daqueles que, por acaso passavam, e viam a nossa igreja timidamente aberta.

“ Ah!…Já abriu….graças a Deus! Já há missa? Perguntavam timidamente. Sorrisos de felicidade, lágrimas de alegria afloravam aos olhos de alguns rostos. Tantas formas de manifestações e emoções que durante este tempo ficaram, como atualmente se diz, confinadas.

Surgiram visitas de todas as faixas etárias. Jovens, adultos, idosos com canadianas e crianças acompanhando os pais. Visitas não programadas, casuais, de passagem, outros porque lhes tinham dito que a igreja já estava aberta. E também aqueles que ouviram falar da paróquia de Espinho, dizendo que estava muito bem organizada  e vinham ver para verificar se era aplicável nas suas paróquias (dito por visitantes).

Nao gostava de particularizar ninguém, porque foi tudo tao gratificante, mas atrevo-me a referir uma pequenina conversa que tive com um jovem, que não conhecia,  de 17 ou 18 anos. De pé, cumprindo o que lhe era pedido, rezou sempre com o olhar fixo no sacrário cerca de 20m. Benzeu-se antes e depois corretamente. Ao sair, e desinfetando-lhes  as mãos, atrevi-me a dizer-lhe: “Olha, não te conheço, mas estou muito feliz de te ver aqui”. “Porquê?” perguntou ele. “ Sabes, às vezes, os jovens pensam que a igreja é só para velhos”, respondi eu e continuei : “ se pudesse gostava de te dar um abraço”. “Fazemos de conta”, disse ele. E continuou : “ Sabe, um dia cheguei à conclusão que Deus existe. E ter fé, não faz mal a ninguém. Ajuda-nos a superar as nossaa dificuldades.” Mais umas palavrinhas, um sorriso detetado através do olhar, porque estávamos de máscara, e seguiu o seu caminho com um muito obrigado.

E só mais um testemunho sobre a visita de um senhor que entrou quando a porta abriu e só saiu quando viu que tínhamos de fechar. Subiu o corredor central, ajoelhou-se (não era permitido, mas… mal saiu desinfetamos o local onde esteve ajoelhado) e fez uma hora de adoração ao sacrário de mãos erguidas, sem que nada o desviasse. No fim, atirou um beijo ao sacrário, benzeu-se e com um muito obrigado, desinfetou as mãos e saiu.

Só falei de dois exemplos, muitos mais teria para contar. Vimos lágrimas, sorrisos, orações. Quase todos diziam : “Já tinha saudades da nossa igreja. Que bom ter aberto. só falta a missa.”

 

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