Vivências Pascais numa Paróquia “de Campanha”
Na Igreja | Animação da Eucaristia
Vivemos um momento singular na vida da Igreja e da Humanidade.
Embora a quaresma convide ao recolhimento interior e ao arrependimento, convida-nos, também, não só ao jejum e abstinência, ou seja, à renúncia do supérfluo e do que, eventualmente, maior prazer nos dá, renúncia essa consubstanciada no amor e na partilha com os mais carenciados, mas também à participação ativa e comunitária numa vivência de preparação para a Páscoa, caminhando todos juntos, ao lado de Nosso Senhor Jesus Cristo, na sua Paixão, Morte e Ressurreição.
Estamos habituados a agradecer a Deus, tudo aquilo que Ele nos dá. Deveríamos agradecer-Lhe, também, por aquilo que, aparentemente, Ele não nos dá.
E fruto das circunstâncias, não nos deu a oportunidade de O acompanharmos, em procissão, com palmas, ramos de oliveira e hossanas, no Domingo de Ramos, nem nos dará a possibilidade de celebrarmos, em assembleia, sentindo o calor humano uns dos outros, das cerimónias da Semana Santa e do Domingo de Páscoa, cerimónias essas que tão profundamente estamos habituados a viver na nossa Magnífica Igreja Matriz.
Nunca imaginámos que também nós todos teríamos de nos transfigurar, de nos reconverter e de reaprendermos a ser verdadeiros cristãos, que rezam e cantam com confiança e esperança, mesmo confinados às nossas casas, quase como os primeiros cristãos nas catacumbas, vivendo a quaresma, a Paixão, a Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, se for possível, com maior profundidade, sentimento de partilha e muito amor pelos outros.
Alguns de nós, muito poucos dadas as circunstâncias, mas que corporizávamos a sentida vontade da presença de todos, tivemos o privilégio de participar, cantando e proclamando a palavra de Deus, nas Eucaristias do 4º e 5º domingos da quaresma e Domingo de Ramos.
No Domingo de Ramos, também fomos privilegiados com a graça da vivência, presencial, da mística do momento do encontro com todos aqueles que, em espírito, e eram muitas centenas, uma Igreja superlotada, em que cada um dava vida a cada um dos ramos que embelezavam e criavam um cenário único na nossa Igreja e que aguardam a oportunidade de vos serem entregues e serem levados para o lar de cada um de vós.
Agradeçamos então a Deus, também esta oportunidade única de nos reconvertermos, de aumentarmos a nossa fé, a nossa esperança e o nosso amor pelos outros.
Obrigado meu Deus!